segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

A SUPERSTIÇÃO NO ÂMBITO CRISTÃO: CRENTE ZAGALLO

Mário Jorge Zagallo, conhecido como o "velho lobo", técnico da seleção brasileira campeã de 70 e auxiliar técnico de Parreira em 94, afirmava que a razão de suas vitórias era o número 13. Ele acreditava piamente de que o número 13 o ajudava em seus empreendimentos. Isso é claramente superstição. Elemento que faz parte não somente da vida de Zagallo, mas de grande parte da população. 
   Acredita-se, por exemplo, que quando se quebra um espelho atrai sete anos de azar; Quando um gato preto cruza o caminho é um mau presságio; e é necessário bater três vezes na madeira quando se ouve uma afirmação negativa;  Afirma-se que "varrer a sujeira para fora de um estabelecimento afasta os clientes" e "colocar a vassoura virada atrás da porta expulsa o indesejável visitante". Essas são algumas das superstições que fazem parte da vida de muita gente. Mas a pior delas é aquela que ocorre no âmbito cristão.
   Há um bombardeio dessas "superstições cristãs" atualmente. Crê-se que tomar a água que recebeu oração especial de um dos 318 pastores é mais eficaz do que uma "oração comum" feita sem a utilização da água. A oração com a imposição das mãos do "bispo" e/ou "apóstolo" surte mais efeito do que a oração feita por "qualquer" crente. Distribuem-se, por preço absurdo, óleos ungidos, sal grosso, vassoura da purificação da casa, perfuminhos para o casamento feliz, lâmpadas para que o lar fique iluminado, pedras vindas de Jerusalém, águas do rio Jordão, lenço do Valdomiro, com o propósito de abençoar com mais eficácia a vida das pessoas. O jargão "em nome de Jesus" tem sido usado para tudo. Ouvi uma mulher falar com sua filhinha: "venha para cá em nome de Jesus". Esse é um dos jargões que tem sido utilizado como superstição assim como o "tá repreendido", "misericórdia", "Deus é dono do ouro e da prata" e por aí vai. Percebe-se uma mescla entre algumas verdades legitimas e crenças populares que desvirtuam o real significado.  
   Superstições que têm como elementos os objetos, as palavras e personagens bíblicos. Concepções que precisam ser julgadas à luz da palavra bem interpretada. Tal qual no período medieval alguns cristãos acreditam em superstições absurdas que resulta em uma desconfiguração do testemunho do real cristianismo, sem falar no fato de que estes homens e mulheres, com aparência de piedade,  estão em trevas da ignorância.
   É necessário que, ao invés de as pessoas procurarem bênçãos imediatas através de métodos ilegítimos baseados em concepções infundadas, estas busquem saber o que, de fato, Deus nos instrui em sua palavra. Cuidado para que não sejas um  “crente Zagallo”.   

APRENDENDO A SER UM CRISTÃO HÁBIL COM O CARNAVAL

Em uma reportagem sobre a preparação para o carnaval no Rio de Janeiro observei alguns fatos interessantes: a) logo que encerra o carnaval começa, automaticamente, os preparativos para o carnaval do próximo ano. Ou seja, são meses de trabalho e esforço; b) a maioria das mulheres que desfilam nas escolas de samba compram as suas próprias fantasias que custam uma boa quantia; c) a cada ano há um aperfeiçoamento e um investimento cada vez maior além da disposição de muitas pessoas em prol de um bom trabalho nos desfiles tendo em vista o prêmio.
   É louvável a disposição dessas pessoas em relação à assuntos que, na perspectiva cristã, são supérfluos. A disposição e esforço empreendidos em prol da concretização de um carnaval exuberante deve fazer com que o cristão perceba a sua inabilidade quanto aos assuntos que ele julga preciosos. Calminha! Não estou, de forma alguma, sendo herético e blasfemo quando afirmo a inabilidade dos cristãos e a habilidade dos não-cristãos. Não tenho em vista, nesse artigo, a legitimidade das motivações uns dos outros, mas a disposição e esforço que um grupo empreende mais do que o outro. Só estou reverberando a afirmação de Jesus aos seus discipulos acerca do administrador infiél de sua parábola: "... os filhos do mundo são mais hábeis na sua própria geração do que os filhos da luz". E antes dessa afirmação Lucas diz que Jesus elogiou o administrador infiel. Não pela corrupção do administrador e nem por suas motivações egoístas, mas por sua disposição e esforço empregados. A habilidade do rapaz chamou a atenção de Jesus e foi motivo de vergonha para os discípulos.
   A disposição e esforços dos carnavalescos em prol de um período de carnaval exuberante e perfeito nos ensina algumas coisinhas importantes:
a) O nosso esforço e disposição em relação às coisas do Reino devem ultrapassar os dos não-cristãos em relação aos seus assuntos superficiais.  Temos em mãos um diamante que nos foi concedido para que o fizéssemos brilhar diante das pessoas, mas tal diamante tem sido escondido e ocultado. Temos em nossas mãos o evangelho legítimo que precisa ser evidenciado às pessoas que precisam de Luz. O nosso esforço demonstra a nossa convicção a respeito do que afirmamos. Se creio que Jesus é a única solução possível para a felicidade do Homem, a minha motivação sincera deve fazer com que meus esforços o explicitem diante de homens e anjos. A nossa atitude para o bem deve ultrapassar a disposição dos não-cristãos para o mal. A concepção do cristão é mais louvável do que a concepção mundana, mas em relação à disposição dos dois grupos, qual tem sido mais eficiente e hábil?  
b) O nosso alvo é mais sublime do que qualquer outro e nossa habilidade para com ele deve ser coerente. Corremos como um maratonista, na caminhada cristã,  para um alvo eterno e não efêmero. Enquanto os não-cristãos bradam por todos os lados acerca da "preciosidade de seus assuntos" e se esforçam para fazer com que eles sejam absorvidos por mais pessoas a cada dia, os cristãos estão tímidos e calados, vivendo enclausurados em sua própria rotina. O fato é que os não-cristãos estão explicitando um paralelepípedo como se fosse uma linda pedra preciosa e os cristãos estão escondendo a linda pedra preciosa como se fosse um paralelepípedo.   
   Devemos aprender com os esforços dos "filhos do mundo" em relação ao supérfluo a nos esforçar por aquilo que é mais legitimo e precioso. Será que o mesmo grau de esforço que tem sido empregado pelos não-cristãos com o propósito de fazer o que é mau tem sido utilizado por você em prol do que é bom? 

sábado, 29 de janeiro de 2011

A FATÍDICA MORTE DO CÃO

Quando trabalhava em um salão de estética, nos períodos em que não havia cliente, ficava à porta observando o movimento. Toda manhã um cãozinho passava na calçada e a minha diversão era assustá-lo quando ele chegava perto da porta. Ás vezes bolava um plano para pegá-lo de surpresa e o coitadinho sempre caía proporcionando diversão boa. Confesso que me divertir com o cãozinho era um dos melhores momentos da manhã. Um dia ocorreu algo chocante. 
   Avistei o cãozinho na esquina e me preparei para assutá-lo. Ele se aproximou da porta do estabelecimento e lhe dei um grande susto que o fez sair da calçada e ir para a rua que era normalmente calma. Um motoqueiro estava passando exatamente no minuto em que o cãozinho deu seus primeiros passos na rua e o atropelou letalmente. Observei o motoqueiro pegar o cãozinho, já sem vida, e jogá-lo em uma lata enorme de lixo. O cãozinho, meu amiguinho de diversões matinais, se foi para sempre. Foram apenas alguns segundos para a diversão se transformar em tristeza; para a alegria se tornar luto. 
   Sentei no sofá e refleti por algum tempo acerca daquela situação e pude observar algumas coisinhas:
1) A vida é frágil. A fatídica morte do cão me fez enxergar com mais nitidez que somos pó e voltaremos ao pó. Me fez lembrar do que a Bíblia diz a respeito da vida. Ela é breve. Ela é como o sono (Sl 90). Ela é como erva que nasce pela manhã e murcha à tarde. Ela é como um breve pensamento. A vida é, de fato, frágil como uma porcelana. Em um momento estamos bem e as circuntâncias podem mudar drasticamente sem que esperemos. Alguns segundos são o bastante para nos surpreender.
2) Somos limitados. O nosso conhecimento é limitado. Vivemos como se fôssemos viver para sempre e não percebemos que pisamos em chão escorregadio. Os futuros minutos de nossa vida são incertos e não podemos fazer nada a respeito. Não temos "poder para aumentar um segundo à nossa vida" diz Jesus em seu aconselhamento aos discípulos sobre ansiedade. Somos impotentes a respeito do tempo de  vida que temos.   
3) Descanso na soberania divina. Diante do fato de que somos frágeis e limitados em relação à vida devemos perceber  a soberania de Deus sobre a vida e nela descansar. Somos impotentes, mas Deus é poderoso. Ele conhece por nome cada estrela que há no céu - e olha que há mais estrela no céu do que grãos de areia nas praias de toda terra. Ele tem poder sobre as ações das pessoas. Inibe o potencial de corrupção dos maus e promove a santidade dos crentes. Ele sustenta todas as coisas com sua palavra poderosa.
   A fatídica morte do cãozinho nos faz lembrar de nossa própria condição. Pessoas que não tem todo o tempo do mundo para realizar feitos que ficarão para sempre no coração de muitos. A fatídica morte do cãozinho nos ensina que precisamos amar, perdoar, como se não houvesse o próximo segundo. Nos mostra que o nosso pensamento deve ser elevado não somente às coisas terrenas que nos satisfaz efêmera e legitimamente, mas, tendo em vista a brevidade da vida na terra, devemos nos focalizar em nossa condição pós-morte. 
   A vida é frágil. Somos limitados, mas podemos encontrar descanso legítimo e tranquilo nos braços daquele que sustenta a vida. Se não ancoraste o barquinho de sua vida em Deus faça-o.      

sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

AS IGREJAS PLANETÁRIAS E O PSEUDO-EVANGELHO

O cristianismo sempre teve de enfrentar em sua longa história duas principais batalhas: a batalha pela sua existência ante a perseguição externa do Estado que visava aniquilá-la e a batalha pela integridade de sua doutrina no âmbito interno que corria o risco de ser minada pelas diversas heresias que surgiam.
   A batalha que mais oferecia risco capcioso e letal era a interna que se inseria dentro da igreja e tentava minar suas concepções originais.  Segundo Cairns (1995, p.78) "os convertidos à fé cristã vieram ou do legalismo judaico ou do ambiente pagão da filosofia grega". O objetivo dos primeiros era fundir os preceitos legalistas do judaísmo às concepções cristãs e o segundo grupo visava racionalizar a fé e fazer com que o cristianismo fosse mais respeitável intelectualmente diante das classes altas do estado. A grande questão é que o cristianismo em sua essência não combina com as roupagens que tentam aprisioná-lo. E durante todo o processo histórico houve uma intensa tentativa de vestir o cristianismo essencial com diversas roupagens que nos levam acreditar consistentemente que muito do que se diz cristão na história não passa de um pseudo-cristianismo.
    A mancha do pseudo-cristianismo manifestado na história é reflexo de um pseudo-evangelho. Um evangelho que não é, de fato, o evangelho essencial, mas um evangelho moldado com roupagens diversas para satisfazer as aspirações de um indivíduo ou uma sociedade.
   Percebe-se, atualmente, uma nova forma de evangelho que tem sido proclamada por “pseudo-apóstolos” e “pseudobispos” que, por sinal, fazem parte de um novo tipo de Igreja, a saber, as igrejas planetárias. Essas tais igrejas são as "Internacionais", as "Mundiais", as "Universais" e por aí vai. Igrejas que tem propagado um pseudo-evangelho. Um “evangelho” que é revestido com as roupas da prosperidade e dos conceitos psicológicos da confissão positiva. Um “evangelho” que ao invés de enfatizar as boas novas de Cristo sublinham as boas novas de uma casa nova e da cura física. Um “evangelho” que inculca na mente dos fiéis um desejo de consumir e de ter. As igrejas planetárias reverberam um falso evangelho com aparência de poder e conquistam adeptos que se lançam confiantemente em suas promessas. È notória a Heresia pós-moderna pregada pelas igrejas planetárias que levam milhares de pessoas buscarem Bem-Estar material do que o Cristo que está acima de tudo isso.
    O grande alívio é que essas estruturas que aparentam ganhar o mundo sairão brevemente na urina da história tais quais as que desapareceram séculos atrás. Os pseudo-líderes serão lembrados como os que ajudaram a muitos a se desviarem da verdadeira fé – se forem lembrados.
    O evangelho essencial deve ser pregado tal qual Paulo o faz em suas epístolas. Sem medo de represálias e com desejo intenso de defender a pureza do evangelho e a edificação da igreja. Os pseudo-evangelhos devem ser anatematizados. As concepções errôneas expostas para que as pessoas não pensem que a roupagem do cristianismo em voga é o real. O evangelho deve ser desnudado e apresentado nu e cru tal qual ele é. Sem qualquer tipo de roupagem.
    Que Deus nos agracie para expor tão somente a sua graça revelada em Cristo acima de qualquer ideal terreno ou "planetário".  

                                                                        Doulos Ek Theon

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

A INTOLERÂNCIA DOS TOLERANTES

O cristão é constantemente acusado de ser intolerante por que defende sua cosmovisão com firmeza ante a diversidade de ideologia ao seu redor. Há, com certeza, muitos cristãos que, sem o conhecimento teológico consistente, são no sentido restrito do termo intolerantes. Mas, é necessário jogar fora a água suja da banheira sem lançar fora o bebê. Antes de acusar de intolerantes todos os que discordam dos sistemas de pensamentos liberais que estão em voga, é imprescindivel definir o termo tolerância. 
   De acordo com o dicionário Houaiss o termo tolerância vem do latim tolerantia, tolerantiae que siginifica "constância em sofrer". Trata-se de uma tendência em admitir e respeitar nos outros maneiras de agir, pensar e sentir, diferentes das nossas. Em relação ao âmbito religioso a tolerância pode ser definida como uma atitude respeitosa diante das confissões de fé diversas e até diametralmente opostas. Percebe-se que a tolerância não significa adesão ou renúncia dos seus conceitos em prol de todos os conceitos. A diversidade de sistemas de pensamentos é baseada na verdade de que há diversas cosmovisões. O respeito à diversidade é tolerância, o que não impede de se defender as pressuposições próprias de seu sistema de pensamento.  
   A grande questão é que não se pode afirmar algo contrário às ideologias liberais e libertinas da pós-modernidade que se é acusado de "mente fechada", intolerante. Parece que os "pensadores" acham que há neutralidade na afirmação de todos. Se enganam. Os intelectuais afirmam que o profundo conhecimento cientìfico retira o índividuo da mediocridade. Os cristãos dizem que o profundo conhecimento de Deus fundamentado nas Escrituras Sagradas livra o homem da mediocridade. Há por detrás dessas afirmações pressuposições que descartam a neutralidade. Confundem a tolerância com o silêncio. Ser tolerante na perspectiva moderna é se calar e se curvar ante a imposição de um sistema de crenças que destoa do sistema cristão - principalmente. 
   Como podem afirmar com convicção que toda verdade é relativa se ao fazerem isso estão defendendo a verdade absoluta de que toda verdade é relativa? Como podem afirmar que estamos sendo intolerantes quando a própria atitude de calar-nos é uma atitude intolerante? Não se pode falar do sistema de crença dos homossexuais, dos liberais, dos que defendem diversas religiões por que seremos acusados de intolerância. O fato de impedir-nos de expressar as nossas crenças não é um ato intolerante?
   Prezamos pelo respeito, mas não deixaremos de expressar nossas convicções. Oramos a cada dia para que os tolerantes deixem de ser intolerantes.   


                                                                                                                         Sole Deo Gloria
  

ALEGRIA NA PROVAÇÃO - Série de exposições em Tiago (1. 2 - 4)

INTRODUÇÃO

É um fato inegável que há uma facilidade imensa em sentir alegria quando as circunstâncias são as mais agradáveis possiveis. É fácil se alegrar quando se passa no vestibular. É fácil se alegrar quando o namorado pede a mão de sua amada em casamento. É fácil se alegrar quando o patrão percebe o valor do funcionário e lhe dá um ótimo aumento. É fácil se alegrar em circunstâncias agradáveis. Mas, Tiago nos mostra um tipo de alegria que vai além das circunstâncias. A alegria na provação. 
   É legítimo se alegrar em circunstâncias agradáveis, mas precisamos aprender a alegria sob a perspectiva de Deus. Paulo, em sua carta aos Filipenses, escrevendo da prisão aos perseguidos cristãos de Filipos, sublinha o fato de era nessas circunstâncias que ele se alegrava e o povo deveria se alegrar. Ele afirma: "... alegrai-vos e congratulai-vos comigo" (2.18) e encoraja aos cristãos Filipenses que completassem a sua alegria (2.2). A carta aos Filipenses é considerada a carta da alegria por conta da atitude de Paulo em aconselhar que os cristãos se alegrassem especialmente no momento em que mais estavam sofrendo afrontas. Essa é uma demonstração prática do tipo de alegria que procede do Espírito Santo (Gl 5.22). 
   Lucas relata o envio dos setenta missionários ao campo e mostra o quanto se alegraram ao ver os demônios se submetendo a eles e Jesus, com um tom de quem quer equilibrar a questão, afirma: "... alegrai-vos não por que os demônios se vos submetem, e sim poruqe o vosso nome está arrolado nos céus". Isso sublinha o fato de que a alegria deve ser entendida e sentida além das circunstâncias. 
   A ênfase de Tiago sobre a temática da alegria é que a tenhamos, também, quando passarmos por variadas provações.  depois que Tiago nos aconselha a considerar como motivo de grande alegria passar por uma diversidade de provações ele nos explica o porque.  É essa pergunta que muitos desejariam fazer para Tiago e hoje teremos a resposta: Porque se alegrar na provação? 

I - A PROVAÇÃO EVIDENCIA A GENUINIDADE DA FÉ

A provação vai mostrar se a fé é verdadeira ou imaginária. Se é uma pseudo-fé ou uma fé autêntica. A provação irá evidenciar se o que aquilo que se diz ou se pensa de Deus nos momentos agradáveis se confirma no caos. Tal qual uma tempestade que desmascara a inconsistência do fundamento de uma casa e revela uma base arenosa; a provação explicita se existe uma fé fundamentada na rocha ou terreno arenoso - o que não é uma fé autêntica, mas superficial. 
   Alguém já disse que: "os mais puros minérios provém de fornos mais quentes". A provação é o forno no qual se prova se a fé é, de fato, pura, real. Se é ouro autêntico ou ouro de tolo. A provação mostra em que bases estamos realmente e quais as nossas reais e profundas convicções.
   Percebe-se pessoas que desmancham-se ante as provações tal qual papel na chuva e outras que se fortalecem como a borboleta em seu nascimento doloroso. Há pessoas que apenas ouvindo a respeito de provações vindouras abandonam a fé que diziam ter e buscam o conforto que nunca terão. É o caso dos pseudodiscipulos que estavam agregados à multidão de discipulos e que pareciam serem bons discipulos, mas não passavam de sanguessugas em busca de Bem-Estar material que, ao ouvirem uma palavra dura de Jesus e a revelação de seus intentos mais íntimos e egoístas, deram as costas para o mestre. Tal atitude revelara tão somente que não havia fé genuína. O rumor de provação os afastara. Covardes!
   Conta-se que havia uma árvore linda e exuberante que chamava a atenção de todos. Ficava perto de outras árvores que não eram tão belas assim. Houve uma tempestade ela foi a única que caiu dentre todas as árvores. Depois se descobriu que a razão de sua queda era que ela era oca por dentro. Os insetos a haviam consumido. Isso é uma figura do que ocorre com quem parece ter uma autêntica fé, bela e poderosa, mas ante a provação se revela oca e sem vida. A provação evidencia a genuinidade da fé.
   Um  dos exemplos clássicos de fé genuína é Abraão. Esperou a vida toda para ter um filho que desse continuidade ao seu nome sobre a terra. Obteve o cumprimento da promessa por meio de milagre e se viu acabar com o seu filho no sacrifício que faria ao Deus que o pediu. Ele chegou a levantar o cutelo, mas a providência divina proporcionou-lhe o animal para ser sacrificado no lugar do filho. Eis o ponto: Abraão foi provado e passou na prova. A provação evidenciou que Deus era maior que Isaque no coração de Abraão. Por isso e por outras que ele é conhecido como o pai da fé.

CONTINUA...