O cristianismo sempre teve de enfrentar em sua longa história duas principais batalhas: a batalha pela sua existência ante a perseguição externa do Estado que visava aniquilá-la e a batalha pela integridade de sua doutrina no âmbito interno que corria o risco de ser minada pelas diversas heresias que surgiam.
A batalha que mais oferecia risco capcioso e letal era a interna que se inseria dentro da igreja e tentava minar suas concepções originais. Segundo Cairns (1995, p.78) "os convertidos à fé cristã vieram ou do legalismo judaico ou do ambiente pagão da filosofia grega". O objetivo dos primeiros era fundir os preceitos legalistas do judaísmo às concepções cristãs e o segundo grupo visava racionalizar a fé e fazer com que o cristianismo fosse mais respeitável intelectualmente diante das classes altas do estado. A grande questão é que o cristianismo em sua essência não combina com as roupagens que tentam aprisioná-lo. E durante todo o processo histórico houve uma intensa tentativa de vestir o cristianismo essencial com diversas roupagens que nos levam acreditar consistentemente que muito do que se diz cristão na história não passa de um pseudo-cristianismo.
A mancha do pseudo-cristianismo manifestado na história é reflexo de um pseudo-evangelho. Um evangelho que não é, de fato, o evangelho essencial, mas um evangelho moldado com roupagens diversas para satisfazer as aspirações de um indivíduo ou uma sociedade.
Percebe-se, atualmente, uma nova forma de evangelho que tem sido proclamada por “pseudo-apóstolos” e “pseudobispos” que, por sinal, fazem parte de um novo tipo de Igreja, a saber, as igrejas planetárias. Essas tais igrejas são as "Internacionais", as "Mundiais", as "Universais" e por aí vai. Igrejas que tem propagado um pseudo-evangelho. Um “evangelho” que é revestido com as roupas da prosperidade e dos conceitos psicológicos da confissão positiva. Um “evangelho” que ao invés de enfatizar as boas novas de Cristo sublinham as boas novas de uma casa nova e da cura física. Um “evangelho” que inculca na mente dos fiéis um desejo de consumir e de ter. As igrejas planetárias reverberam um falso evangelho com aparência de poder e conquistam adeptos que se lançam confiantemente em suas promessas. È notória a Heresia pós-moderna pregada pelas igrejas planetárias que levam milhares de pessoas buscarem Bem-Estar material do que o Cristo que está acima de tudo isso.
O grande alívio é que essas estruturas que aparentam ganhar o mundo sairão brevemente na urina da história tais quais as que desapareceram séculos atrás. Os pseudo-líderes serão lembrados como os que ajudaram a muitos a se desviarem da verdadeira fé – se forem lembrados.
O evangelho essencial deve ser pregado tal qual Paulo o faz em suas epístolas. Sem medo de represálias e com desejo intenso de defender a pureza do evangelho e a edificação da igreja. Os pseudo-evangelhos devem ser anatematizados. As concepções errôneas expostas para que as pessoas não pensem que a roupagem do cristianismo em voga é o real. O evangelho deve ser desnudado e apresentado nu e cru tal qual ele é. Sem qualquer tipo de roupagem.
Que Deus nos agracie para expor tão somente a sua graça revelada em Cristo acima de qualquer ideal terreno ou "planetário".
Doulos Ek Theon
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