sábado, 29 de janeiro de 2011

A FATÍDICA MORTE DO CÃO

Quando trabalhava em um salão de estética, nos períodos em que não havia cliente, ficava à porta observando o movimento. Toda manhã um cãozinho passava na calçada e a minha diversão era assustá-lo quando ele chegava perto da porta. Ás vezes bolava um plano para pegá-lo de surpresa e o coitadinho sempre caía proporcionando diversão boa. Confesso que me divertir com o cãozinho era um dos melhores momentos da manhã. Um dia ocorreu algo chocante. 
   Avistei o cãozinho na esquina e me preparei para assutá-lo. Ele se aproximou da porta do estabelecimento e lhe dei um grande susto que o fez sair da calçada e ir para a rua que era normalmente calma. Um motoqueiro estava passando exatamente no minuto em que o cãozinho deu seus primeiros passos na rua e o atropelou letalmente. Observei o motoqueiro pegar o cãozinho, já sem vida, e jogá-lo em uma lata enorme de lixo. O cãozinho, meu amiguinho de diversões matinais, se foi para sempre. Foram apenas alguns segundos para a diversão se transformar em tristeza; para a alegria se tornar luto. 
   Sentei no sofá e refleti por algum tempo acerca daquela situação e pude observar algumas coisinhas:
1) A vida é frágil. A fatídica morte do cão me fez enxergar com mais nitidez que somos pó e voltaremos ao pó. Me fez lembrar do que a Bíblia diz a respeito da vida. Ela é breve. Ela é como o sono (Sl 90). Ela é como erva que nasce pela manhã e murcha à tarde. Ela é como um breve pensamento. A vida é, de fato, frágil como uma porcelana. Em um momento estamos bem e as circuntâncias podem mudar drasticamente sem que esperemos. Alguns segundos são o bastante para nos surpreender.
2) Somos limitados. O nosso conhecimento é limitado. Vivemos como se fôssemos viver para sempre e não percebemos que pisamos em chão escorregadio. Os futuros minutos de nossa vida são incertos e não podemos fazer nada a respeito. Não temos "poder para aumentar um segundo à nossa vida" diz Jesus em seu aconselhamento aos discípulos sobre ansiedade. Somos impotentes a respeito do tempo de  vida que temos.   
3) Descanso na soberania divina. Diante do fato de que somos frágeis e limitados em relação à vida devemos perceber  a soberania de Deus sobre a vida e nela descansar. Somos impotentes, mas Deus é poderoso. Ele conhece por nome cada estrela que há no céu - e olha que há mais estrela no céu do que grãos de areia nas praias de toda terra. Ele tem poder sobre as ações das pessoas. Inibe o potencial de corrupção dos maus e promove a santidade dos crentes. Ele sustenta todas as coisas com sua palavra poderosa.
   A fatídica morte do cãozinho nos faz lembrar de nossa própria condição. Pessoas que não tem todo o tempo do mundo para realizar feitos que ficarão para sempre no coração de muitos. A fatídica morte do cãozinho nos ensina que precisamos amar, perdoar, como se não houvesse o próximo segundo. Nos mostra que o nosso pensamento deve ser elevado não somente às coisas terrenas que nos satisfaz efêmera e legitimamente, mas, tendo em vista a brevidade da vida na terra, devemos nos focalizar em nossa condição pós-morte. 
   A vida é frágil. Somos limitados, mas podemos encontrar descanso legítimo e tranquilo nos braços daquele que sustenta a vida. Se não ancoraste o barquinho de sua vida em Deus faça-o.      

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